Boa notícia para os fãs de Simone du Beauvoir: os dois primeiros romances da escritora francesa estão sendo relançados neste início de 2024. Ambos são parte da reedição de toda a obra de Beauvoir pela editora Nova Fronteira no Brasil.
Primeiro romance da escritora, A Convidada traz toques autobiográficos, expondo incertezas, paixões e frustrações nos meses que antecederam a Segunda Guerra Mundial.
Com a boemia intelectual da Paris do final dos anos 1930 como cenário, a trama é sobre o casal de intelectuais Pierre e Francoise, que vivem de forma mais livre, despertando admiração e inveja daqueles que os rodeiam.
Nem mesmo a iminente guerra parece capaz de abalar essa relação até que surge a misteriosa Xavière, jovem provinciana que vai morar em Paris.
Já em O Sangue dos Outros (1945), a autora aborda temas que a tornaram uma escritora consagrada. O livro é recheado de indagações existencialistas e feministas.
O enredo se passa na França dos anos 1940, com os alemães tomando mais espaço nas ruas de Paris e tirando a então burguesia francesa de sua zona de conforto.
É nesse cenário que vive Hélène, jovem sonhadora e individualista, um rapaz bem-nascido que decide lutar por causas operárias e mais tarde juntar-se à resistência antifascista.
O romance entre os dois resulta em questionamentos profundos sobre o amor e o sentido da existência.
QUEM FOI ELA
Uma das mais consagradas escritoras francesas e conhecida mundialmente, Simone de Beauvoir nasceu em Paris, em 1908, em uma família da burguesia francesa.
Apesar de ter sido criada de forma bastante tradicional, a partir da adolescência já não se enquadrou mais nos valores morais e religiosos de seus pais.
Foi na Sorbonne que cursou filosofia e conheceu Jean-Paul Sartre, tornando-se sua companheira.
Depois da guerra, junto com Sartre e Merleau-Ponty, fundou a revista Les Temps Modernes, que por 25 anos reinou como uma das mais importantes do debate filosófico e político mundial.
Ao longo de sua carreira, lançou mais de 20 obras e sempre foi uma mulher a frente de seu tempo. Morreu em abril de 1986, em Paris, e foi enterrada junto com Sartre.