Segundo a BBC News, essa rede, onde as conversas são feitas em aúdio em vez de textos e mantidas em salas, era de início muito utilizada pela turma da tecnologia no Vale do Silício.
Mas, nas últimas semanas se tornou muito popular na China, onde a internet é totalmente controlada pelo governo. É ele quem decide o que pode ou não ser publicado. Algo que a gente já está começando a ver nos países ocidentais ditos “democráticos”.
Pelo fato de não ser ainda censurada, como acontece com vários aplicativos na China, a rede social virou o cenário perfeito de uma espécie de paraíso de liberdade de expressão em um país privado de conversar online sobre vários assuntos.
Além do mais, as conversas no Clubhouse não são gravadas, o que trouxe aos chineses a súbita sensação de privacidade.
A BBC relata que seus repórteres descobriram uma sala com milhares de participantes da China e de Taiwan, debatendo sobre tópicos “delicados para o governo chinês”, como os prós e contras da democracia.
A rede é só para convidados, mas fez tanto sucesso que os convites começaram a ser vendidos por até US$ 77 cada, conforme reportagem do jornal Financial Times.
Mas, na última segunda-feira (8), muitos usuários não conseguiram mais ter acesso ao serviço, que ficou fora do ar.
O aplicativo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto. Porém, milhares de usuários da Weibo (a mídia social chinesa semelhante ao Twitter) usaram em suas postagens a hashtag #ClubHouseblocked.
Depois, ela desapareceu das buscas na plataforma, o que indicaria censura.
Usuários também compartilharam fotos de suas contas no Clubhouse congeladas, antes de serem totalmente bloqueadas.
O jornal chinês governista Global Times disse apenas que usuários “expressaram preocupação com a plataforma sendo usada para propaganda contra a China”.