A Rússia proibiu o Facebook e o Instagram no país depois que um tribunal de Moscou classificou a Meta (empresa mãe) como “organização extremista” -até então uma classificação dada a grupos como o Telebã e ao Estado Islâmico.
Mas, a decisão não se aplicará ao Whatsapp porque, na avaliação do tribunal, esse serviço de mensagens tem “falta de funcionalidade para a divulgação pública de informações”.
O serviço de inteligência russo argumenta que desde o início do conflito na Ucrânia, no final de fevereiro, a Meta está trabalhando “contra a Rússia e suas forças armadas”.
Isso porque a gigante de tecnologia disse que permitiria que seus usuários na Ucrânia postassem conteúdo de violência contra a Rússia.
O Facebook foi banido primeiro porque a plataforma restringiu o acesso à mídia russa.
Na sequência, foi a vez do Instagram depois que a Meta disse que não censuraria seus usuários na Ucrânia de postarem mensagens pedindo violência contra o presidente Vladimir Putin e as tropas envolvidas na ação militar.
Além da proibir os dois sites de mídia social, o governo russo entrou com uma ação criminal contra a Meta.
Segundo a análise de tráfego da internet nesta segunda-feira (21), o Telegram é hoje a ferramenta de mensagens mais popular da Rússia e cresceu especialmente nas últimas semanas com as ações na Ucrânia.
Em 2021, o Facebook tinha cerca de 7,5 milhões de usuários naquele país e o WhatsApp, 67 milhões, mostram dados do Insider Intelligence.
Para Anton Gorelkin, membro do comitê de informação e comunicação da Duma Estatal da Rússia, o mercado russo pode ser aberto à Meta novamente, mas apenas nos termos de Moscou.
Que termos são esses? Fim imediato ao bloqueio da mídia russa, retorno à política de neutralidade e moderação de notícias falsas e comentários contra os russos, postou Gorelkin no Telegram.
Por fim, a Meta também deve cumprir uma lei russa exigindo que empresas estrangeiras com mais de 500 mil usuários diários tenham escritórios de representação na Rússia.