O presidente Donald Trump assinou nesta quarta-feira (5) uma ordem executiva proibindo homens biológicos de participarem de esportes femininos escolares.
Um relatório da ONU, divulgado em 2024, revelou que quase 900 medalhas em esportes femininos foram conquistadas por homens biológicos. Diz o documento que, até 30 de março de 2024, “mais de 600 atletas femininas em mais de 400 competições perderam cerca de 890 medalhas em 29 esportes diferentes”.
Para a relatora especial Reem Alsalem, “a substituição da categoria esportiva feminina por uma categoria mista resultou em um número crescente de atletas femininas perdendo oportunidades, incluindo medalhas, ao competir contra homens.”
Essa questão foi uma das grandes polêmicas nos jogos olímpícos de 2024 de Paris, com atletas femininas abandonando provas por não terem condições de competir com homens biológicos. Um dos casos envolveu o boxeador argelino não binário Imane Khelif (foto) e uma lutadora italiana, que deixou o torneio. Ele ganhou a medalha de ouro.
“É tudo uma questão de bom senso. Esportes femininos serão apenas para mulheres. A guerra contra os esportes femininos acabou”, disse Trump antes de assinar a ordem.
Seguindo à risca suas promessas de campanha, Trump desde que assumiu vem assinando uma série de decretos relacionados à identidade de gênero. Hoje, por exemplo, o governo dos Estados Unidos só reconhece dois sexos: feminino e masculino.
Assim sendo, o secretário de Estado, Marco Rubio, suspendeu os pedidos de passaporte que usam um marcador de gênero neutro, como “X”, sistema que havia sido mudado por Joe Biden. O ex-presidente permitia que pessoas não binárias e intersesuais usassem a designação X em vez de masculino e feminino.
Trump também proibiu nos hospítais e instituições de saúde do país que tratamentos ligados à questão do gênero, como bloqueadores de puberdade, sejam aplicados em crianças.