Considerado durante séculos o símbolo máximo para os católicos, o Vaticano é um conjunto de palácios onde sobram luxo, ostentação e poder. Mas, faltam ali fé, religiosidade, espiritualidade!
Acabo de voltar de Roma onde conheci a atração turística mais famosa da Itália: a Cidade do Vaticano, o menor estado independente do mundo, cuja riqueza está estampada aonde quer que voltemos nossos olhos.
Tudo é grandiosamente impactante em termos materiais. Mas, não vá esperando nada que o remeta à verdadeira fé cristã, pregada pelo Evangelho de Jesus. Assim, evitará maiores decepções, caso o motivo de sua visita seja o de buscar conforto espiritual. O Vaticano é um mega complexo comercial e turístico.
Saiba, de antemão, que precisará encarar multidões para conhecer os Museus Vaticano, um conjunto de 54 galerias, considerado um dos maiores acervos da história da humanidade e com algumas obras de arte mais importantes do mundo. Sob esse ponto de vista, vale muito a pena.
É uma imersão cultural porque são, de fato, impressionantes as galerias com a história do mundo. Preste atenção aos detalhes dos afrescos nas abóbadas das salas, nas pinturas laterais, nos quadros e obras de arte espalhadas por praticamente todas as galerias.
A impressionante Capela Sistina |
Poderá ver, por exemplo, a Estátua de Hércules, os bustos de deuses da Roma Antiga, artefatos de várias civilizações. A sala de cartografia é fantástica, com mapas gigantes minuciosamente desenhados. Lá estão também a Sala de Rafael, o Museu Gregoriano Etrusco e, claro, a grandiosa Capela Sistina.
Sempre abarrotada de visitantes (às vezes fica difícil até respirar lá dentro) e com ingresso cobrado à parte, o ponto alto da capela é o teto pintado por Michelangelo, a pedido do papa Júlio 2º. No centro, a pintura mais famosa de todas, a criação de Adão. Uma grande herança do mestre renascentista. Até hoje a capela é o local do Conclave (escolha do novo papa).
Na saída, como acontece nos principais museus do mundo, várias lojinhas vendem joias, livros, mapas e os mais variados gifts. O ingresso para os Museus Vaticano custa 32 euros e, se comprado antecipadamente pela internet, agiliza muito a sua entrada, evitando as enormes filas.
Jardins do Vaticano foto Simone Galib |
Quando planejei essa viagem à Itália, no início do ano, tinha outras expectativas. Quem sabe ver o Papa Francisco ou vê-lo no domingo na Praça São Pedro, quando ele acena da janela para os fiéis.
Mas, calhou de ser em outubro, quando ali estava sendo realizado o Sínodo da Amazônia, em que o papa se intrometia diretamente na soberania do Brasil.
Quando vi toda aquela opulência do Vaticano, entendi perfeitamente porque o Sumo Pontífice demonstra agora tanto interesse em relação as nossas riquezas naturais.
Coincidiu também com o vazamento de denúncias de que o Banco do Vaticano abriga grandes fortunas de ditadores, como Maduro, e de brasileiros corruptos, como Lula.
Assim, fui para Roma e não senti a mínima vontade de ver o papa!